domingo, 13 de junho de 2010

Conhecimento VS Felicidade

“Vincent Willem van Gogh - Zundert, 30 de Março de 1853 — Auvers-sur-Oise, 29 de Julho de 1890) foi um pintor pós-impressionista Holandês, frequentemente considerado um dos maiores de todos os tempos.

“A sua vida foi marcada por fracassos. Ele falhou em todos os aspectos importantes para o seu mundo, em sua época. Foi incapaz de constituir família, custear a própria subsistência ou até mesmo manter contactos sociais. Aos 37 anos, sucumbiu a uma doença mental, suicidando-se.”

George Eastman (Waterville, Nova Iorque, 12 de julho de 1854 — Rochester, Nova Iorque, 14 de março de 1932) foi um empreendedor, fundador da Kodak e o inventor do filme fotográfico, que permitiu a popularização da fotografia.
George Eastman cometeu suicídio com um tiro de arma de fogo no coração e deixou uma nota de suicídio, onde dizia somente: "Para os meus amigos. Meu trabalho está feito. Por que esperar?". Nunca se casou, e foi enterrado no jardim da empresa que fundou, a Kodak, em Rochester, estado de Nova Iorque.”

Poderia citar filósofos, escritores, músicos, políticos, pensadores em geral.

Ou dar exemplos tão perto de nós.

Somos ensinados a não pensar no sentido pelo qual existimos. Defendem-se teorias religiosas, luzes ao fundo do túnel, vida após a morte, que nos dão a esperança de continuar a fazer parte de um todo que luta por uma melhor vida. Para uma evolução que nos arrasta e nos faz crer que adaptação é palavra de ordem.

O objectivo de um governo, de uma população é a produtividade, combater o desemprego, fazer com que se a gestão dos recursos eleve a qualidade de vida dos cidadãos. Engraçado… Guiamo-nos por países como Suécia, Dinamarca, Estados Unidos, Luxemburgo, Belgica, Alemanha… Em média o horário de trabalho semanal de países evoluídos é de 50 horas semanais. Dessas 50 se pensarmos que se gasta uma hora a almoçar (em países com sorte!) são 5 horas por semana. Ao dormir 8 horas por dia são 40 horas que se somam. Podemos somar também uma média de uma hora por dia no transito o que soma mais 5 horas por semana (sendo muito positivo). Somámos 50+5+40+5=100 horas gastas por semana. 24x5 dias são 120 horas. Bom, também vamos à casa de banho em média 3 vezes por dia, vamos buscar os filhos à escola, descansamos ao chegar a casa, vemos o telejornal, lemos jornais financeiros e cor-de-rosa, as telenovelas, os Idolos, ouvimos música, fumamos…

É esse o nosso objectivo certo? Ser evoluídos…

Temos ambição de nos destruirmos, de querer ser mais destruindo quem nos rodeia, destruindo quem somos e onde estamos. E temos tanto prazer!

Este sintoma é partilhado por vírus.

São estes pensamentos que não se deve ter. São estes pensamentos que se traduzem em exaustão, de perceber que quanto mais sabemos menos deveríamos saber.

Sorri ao ver o Benfica campeão! Um daqueles prazeres sociais motivacionais que aleatoriamente sucedem. Nas bancadas das claques observam-se adeptos aos saltos, a chorarem, a gritarem, a festejarem. Nas tribunas observa-se fatos e gravatas (cachecóis do Benfica ao pescoço) e faces atónitas.

Em jantares luxuosos fala-se de empregadas, de restaurantes, de hotéis a que fui e da empresa que o meu filho tem. Falar de momentos em que a espontaneidade deu lugar a gargalhadas é tabu.

A evolução financeira pode resultar em perca da capacidade de sermos realmente felizes. Pela ambição que qualquer vírus possui…

Com isto chego à conclusão, de que o sentido de aprender, e perceber que simplesmente a razão de existir tem que ser renovada a cada segundo que passa, é algo que não pode ser cego aos nossos sonhos. De que o tempo é a mais-valia que a percepção da realidade e o conhecimento nos brinda, não o dinheiro, não os lucros, não o carro.

Mas não devemos ter tempo de pensar demasiado sob pena de não viver.

Evoluir é ter qualidade de vida, ter tempo, ter o suficiente, ter pessoas espontâneas à nossa volta, é ter cultura mas não demasiada, é conhecermo-nos e perceber o nosso próprio sentido.

quinta-feira, 10 de junho de 2010

Perspectiva de um estudante universitário

Já no inicio do século XIX, Thomas Malthus percebera que a população humana cresce a um ritmo de progressão geométrica, e que por essa razão, é necessário definir métodos de restrição ao seu crescimento.

Contudo observamos que a natalidade nos países mais desenvolvidos contrai-se. Que a procura constante por uma melhor posição dentro da nossa “empresa”, retira-nos tempo de sermos animais produtivos.

Durante o meu percurso pela Universidade tive a oportunidade de conhecer bastantes pessoas pelo país e pelo mundo. Ao receber alguém internacional a resposta para a questão “gostaste de Portugal?” sempre foi constante. “Portugal é um local onde adoraria viver, pelo tempo, pelas pessoas, pela gastronomia…”

Que sabor tão especial ouvir tais palavras. Que sabor tão amargo saber que as palavras não se reflectem em actos… Realmente poucos países existem em que o clima, a paz, a ausência de doenças tropicais, se juntam com o desenvolvimento criando uma harmonia tão própria.

A acabar a licenciatura muitas opções surgem, e qualquer escolha, poderá condicionar o futuro. Assim sendo, vou vendo casos dos melhores alunos do meu curso para perceber o que devo fazer (Dizer que está tudo muito difícil é tão enjoativo). E eis que surgem opções como fazer um estágio num banco ou estágios de “fotocópias” em empresas que apenas nos recebem por ligeira conveniência.

Existe também a possibilidade de continuar os estudos numa Universidade em Portugal ou em algum outro país. Talvez me pareça a opção mais acertada neste momento. Mas porquê faze-lo em Portugal quando posso ir para a Dinamarca, Finlândia ou Estados Unidos onde o ensino é mais conceituado e ainda por cima nos financiam?

Pois bem, os melhores assim o fazem. São indiciados pelo pessimismo nacional e influenciados por políticas de sucesso que nos retiram sistematicamente aqueles que mais precisamos. Note-se que retirar cérebros significa uma provável família que não cresce em Portugal.

Projecções demográficas realizadas pela Eurostat mostram-nos que em 2050 a população com idades compreendidas entre os 20 e os 64 anos será de 52% o que será insustentável de muitíssimos pontos de vista.

Numa altura em que o PEC aposta em contenção dos gastos públicos, tributações e aumento dos impostos penso ser uma falha não se referirem politicas demográficas. Provavelmente será no muito curto prazo a melhor forma de criar estabilidade e crescimento do país. políticas como o investimento público poderão ser ineficazes pela mobilidade de capitais para o estrangeiro que do mesmo resulta.

Dentro de 10 anos será demasiado tarde pensarmos em atrair jovens para o país. Mas vamos a tempo de criar algumas formas de o evitar! Bons exemplos seriam aproveitar a qualidade de vida que temos para atrairmos empresas Web entre outras, que possam exercer a sua actividade em qualquer ponto do mundo. Ceder terrenos e facilitar burocracias nas exportações para as mesmas assim como para outras que queiram aproveitar os nossos terrenos “abandonados” para utilizar Portugal como uma porta para África ou para o Continente Americano (existe uma tentativa mas ineficaz). Porque não retirar vantagem dos milhares de estudantes que adoram o nosso país para ERASMUS para lhes oferecermos a hipótese de continuarem os seus estudos ou até se fixarem cá profissionalmente? Muitas ideias poderão ser criadas e aplicadas.

O aumento do produto derivado do aumento da população trabalhadora poderá ser uma alternativa credível para o desenvolvimento nacional, provocando uma competitividade qualitativa dos nossos quadros. Para isso é fundamental percebermos isso agora, criando as condições para que tal aconteça, ao invés de sermos alvos das consequências da ausência de actos.